quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

MALA DE INVERNO


Ultimamente tenho carregado cada vez menos coisas e a cada viagem aprimoro a minha habilidade de viajar leve. É algo que se aprende na prática e posso afirmar que, depois de anos, o minimalismo que adquiri para a vida, está sendo usado nas viagens também.

Não viajo para fazer compras, então é mais fácil me organizar com uma mala pequena. As regras que servem para mim podem não servir para muitas pessoas, assim é preciso analisar o que realmente é importante, levando-se em consideração clima, propósito e destino.

Vou dar dicas sobre uma viagem de até um mês em clima frio, até -20º, que foi o que passei nos lugares mais frios. Mulher tamanho GG, então para pessoas menores dá para viajar mais leve ainda. Desculpe o trocadilho!

Em relação à mala, já viajei com todos os tamanhos, de mochila nas costas à mala grande e hoje escolho a mais prática para o destino escolhido. Consigo carregar tudo em uma mala de mão, mas para isso é preciso tomar alguns cuidados, se a viagem for de avião. Líquidos apenas em frascos de no máximo 100ml, objetos cortantes, comida e bebida nem pensar.

Uma mala média também é ideal para viagem de 1 mês, principalmente para se locomover até estações e aeroportos e percorrer alguns trechos de trem. Fica mais fácil colocar no compartimento acima das poltronas e andar de ônibus e metrô.
Mala grande não uso mais em nenhuma situação. Já usei bastante, no entanto, se o espaço for mais reduzido, não caímos em tentação de comprar mais coisas para entulhar em casa. Já estive na Disney e quase comprei um Mickey gigante, porém o chapéu do Fantasia eu trouxe na cabeça, pois não cabia na mala. 

Aliás meu lema é esse: o que não couber na mala, terei que vestir. Até que foi divertido andar pelo aeroporto com o chapéu de mágico com orelhas na cabeça.

Não gosto de mochilões porque tenho dor nas costas, sendo assim, opto pela mala de bordo ou média, com 4 rodinhas, para facilitar as longas caminhadas nos aeroportos. No de Frankfurt e no Kennedy, por exemplo, são infinitos terminais e portões, então chega uma hora em que os 12 quilos nas costas pesam de verdade.
Há quem se adapte bem aos mochilões, cada pessoa sabe o que pode carregar. 

Embalo a mala média no aeroporto, para dificultar os furtos. Não é 100% seguro, porém dificulta a ação de ladrões. E quando despacho uma mala média, uso uma mochila nas costas como bagagem de mão. Escolho uma de material bem leve, como o da foto.

Quem me conhece sabe que eu amo a Kipling, pela leveza, impermeabilidade e durabilidade. Essa da foto já viajou muito até a última viagem, quando a aposentei por já estar bem desbotada. Comprei outra por 39 dólares na Burlington na Filadélfia. Uma bagatela comparada ao preço de uma aqui no Brasil (649 reais, acreditem!). Recuso-me a comprar Kipling no Brasil. A velha deixei no hotel para doação. Sim, fiz esse sacrilégio! Em outros tempos não me imaginaria fazendo isso, mas o exercício do minimalismo me pegou de vez. Deixo outras coisas pelo meio do caminho. 

Se vou com a bagagem de mão apenas, levo uma bolsa estilo carteiro com os documentos e o livro para ler na viagem. Essa bolsa vai vazia na mala despachada, para ser usada depois nos passeios pela cidade, com o lanchinho, água, câmera, celular, batom, óculos, caderninho e caneta, cartão do hotel e de transporte, cópia do seguro viagem e baterias extras. Alterno a bolsa com a mochila, dependendo do passeio. Às vezes, faço tour de um dia em cidades próximas, desse modo, a mochila é mais conveniente. O importante é ter as mãos livres, então bolsas femininas não fazem o meu estilo.

Escolhida a mala, começo a separar os itens para colocar dentro. Roupas escuras, de preferência pretas, para evitar aborrecimento com manchas. Levo a calça do corpo e mais duas, uma jeans e uma de inverno, comprada em lojas como Centauro ou Decathlon. A do corpo escolho uma estilo Adidas, larguinha para ter mobilidade durante o voo e que aguente o frio até o hotel. Ela não é tão quente para sair do Brasil e, se precisar, coloco uma meia-calça por baixo na chegada. Vou com uma camiseta e um casaquinho, pois no avião o ar é mais frio.

Duas blusas térmicas (também encontradas nas lojas citadas acima) são suficientes para alternar nos 30 dias, pois lavo no quarto do hotel à noite no chuveiro. Levo uma segunda pele para dias de temperaturas negativas. Com o calor do aquecedor, a blusa amanhece seca e pronta para ser usada de novo.
Com um frio de 0º ou menos, dificilmente tiro o casaco, então sem problemas em usar a mesma roupa várias vezes, lavando sempre.

Roupas de baixos, separo as velhinhas para descartar no final, 5 calcinhas, 3 pares de meias e 2 sutiãs. Uso meia elástica no avião, por já ter tido tromboembolia pulmonar. A diferença é tremenda, quando chego ao hotel, depois de infinitas horas de voo, minhas pernas e pés estão descansados e desinchados. 

Aliás, não compro roupa nova para viajar, vou usando as que quero me desfazer e deixando pelo meio do caminho, caso compre algo novo. Fiz isso na minha última viagem, em que comecei com um destino mais quente. Levei vestido, chinelo, maiô, canga e camisetas velhas, as quais deixei para trás no primeiro hotel. Eu não queria passar o resto da viagem carregando coisas que não usaria, já tinha me programado para isso.

Um pijama de meia estação, calça e camiseta curta, pois dentro do quarto do hotel é quente. Por que pijama? Como viajo sozinha, gosto de dormir sempre vestida. Pode ser bobeira ou neurose, mas imagino uma situação em que tenha que sair do hotel correndo sem ter tempo de vestir nada. Escapei de terremoto no Chile, por isso sei do que estou falando.

Levo uma sapatilha estilo Crocs no pé, por ser confortável para o aeroporto (passa tranquilamente no raio-x), avião e quarto do hotel, e uma bota de inverno na mala despachada. Essa da UGG vale o investimento. É caríssima aqui no Brasil, no entanto é possível achar por preço mais justo no exterior. Conforto máximo para horas de caminhada. Sou dessas! As da Timberland e Bull Terrier também são ótimas! O importante é que seja impermeável, como tudo que carrego.



Cachecol contínuo, pela praticidade e para evitar acidentes em escadas rolantes. Preto naturalmente. Mas você só usa preto em viagem? Sim, adquiri esse hábito e não há o que me faça mudar.



Gorro, protetor de orelhas e luvas são essenciais em clima frio. Se estamos com as extremidades protegidas, a sensação de gelo diminui consideravelmente.

O casaco, assim como a bota, vale investir. A Decathlon, no Brasil, tem muitas opções de roupas de inverno com preços justos. No exterior uma boa escolha é a Uniqlo, que tem várias lojas espalhadas pelo mundo. Eles têm um material com tecnologia que ajuda a enfrentar temperaturas negativas. Os casacos são eficientes, impermeáveis e leves de carregar.




Caso eu despache a mala, levo, na mochila de mão, roupas de baixo, uma camiseta extra e o casaco de inverno. Já tive o voo cancelado com a mala já despachada e passei mais uma noite em um hotel, então é melhor prevenir.

Na necessaire, o essencial: escova de dentes, pasta, fio dental, enxaguante bucal, desodorante, hidratante para o rosto e corpo, protetor labial, filtro solar, escova e elástico de cabelo, cotonete, perfume, lixa de unha, alicate, pinça, esmalte incolor e removedor e absorvente. Todos até 100ml se for na de mão. Shampoo, condicionador, sabonete, toalha e secador de cabelo, uso do hotel. Verifico anteriormente se serão oferecidos. 

Maquiagem básica: base, corretivo e pó (de preferência 3 em 1), rímel, lápis delineador, sombra lápis e batom. Lenços umedecidos para maquiagem. Gosto dos de bebê, que são grandes e tem várias utilidades.

Brinco na orelha e relógio no pulso, não levo mais joias ou bijoux, para facilitar no raio-x. 

Eletrônicos: apenas o celular com câmera e uma câmera Canon semi profissional (tiro foto com os dois), carregadores e baterias extras. Levo um adaptador universal de tomada (comprei na Multicoisas).

Necessaire de remédios (é sempre bom prevenir): analgésico, antitérmico, remédio para labirintite e cistite, pastilhas para a garganta e antiácido. Levo também band-aid e fita para calos.

Um livro para ser lido no aeroporto e avião e descartado, para evitar mais peso.

Uma carteira de viagem com as cópias das reservas de avião, hotel, trem ou outro transporte e seguro viagem. Tenho tudo no email, mas gosto de ter impresso para a imigração. O passaporte, os cartões e o dinheiro levo em uma doleira embaixo da roupa.

 Óculos de sol, travesseiro de pescoço, tag e cadeado de mala, caderninho e caneta de plástico e guias de viagem.

Quando vou aos EUA, já chego com um chip adquirido no Brasil pela CelTravel. Facilita e muito a minha vida. Em outros países, compro no aeroporto. Como vou sozinha, gosto de estar comunicável.

Isso tudo funciona para mim e é um hábito adquirido em anos de experiência carregando bagagem por várias cidades do mundo. Sempre digo que posso comprar se precisar de algo que não lembrei de levar, todavia raramente isso acontece. 

Só tenho a dizer que, pensando dessa forma, aproveito melhor a viagem, focando no que interessa, que são as experiências. Não compro nada além de um ou outro souvenir ou item para ser usado durante a viagem. 

Esse hábito se reflete na minha vida também. Quanto menos coisas se tem, menos tempo se perde organizando e se preocupando. Ao voltar de viagem, levo pouco tempo para organizar a mala de volta e não fico agoniada com a possibilidade de a bagagem se extraviar pelo meio do caminho com coisas minhas ou encomendas (não tem como trazer), pois o mais importante de tudo eu carrego comigo: a experiência de ter realizado mais um sonho. As fotos do celular e da câmera vou salvando no google fotos e publicando no facebook, assim os registros estão sempre salvos.

E como disse, isso não se aprende de um dia para a noite, uma prova disso é essa foto de um tempo em que eu não era nem um pouco minimalista. Viajar assim, nunca mais!





2 comentários:

Denise C. Fernandes disse...

Cris, sei que soa estranho, mas para mulheres GG como a gente, não é impossível viajar com apenas uma bagagem de mão. Principalmente quando estamos exercendo o desapego. Entretanto é difícil encontrar relatos de mulheres GG que adotaram essa postura de viajar durante dias só com bagagem de mão, principalmente no inverno.
Você já teve essa experiência? Conta como foi! O que vc levou e o que te faltou? Abração e ótima próxima viagem!

Cristiane D Magnani disse...

Viajo com a mala de mão mesmo sendo GG. Vou com o casaco na mão e calço a bota para evitar mais peso na mala. Levo mais umas duas calças e duas blusas que alterno lavando e secando no quarto com o ar seco do ar condicionado. Faço isso com roupas de baixo. Uso xampu etc do hotel, não tenho problemas com isso. A gente vai pegando a manha com o tempo. Obrigada pelo comentário. Bjus

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